sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Como matar.


Tenho os nervos à flor da pele, tenho a mão direita cortada por cacos de vidro e chorei a manhã inteira.
meus pulsos dóem e minha boca amarga, hoje eu matei uma pessoa.
Simplesmente acontece, parece que fiquei cega, eu vi tudo de fora como um espectador, mera terceira pessoa sem direito de opinar pelos atos de outro eu, totalmente fora de si.
Os cacos do copo estão por toda a cozinha, estourei-o na pia e me cortei sem querer, não dói de verdade, não profundamente, mas me faz sentir algo, como quem diz que ainda há vida.
E então nasci de novo sem morrer, mais um pouco de mim sobreposto, como reflexos que se reproduzem no infinito circular, frente a frente consigo mesmo.
Fica no ar a dúvida de quando isso vai findar, o defunto ali em cacos era eu.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O estranho circo familiar.

Outro dia saí para comprar cigarros e obsevei um casal na rua; O homem segurava uma pequena menina no colo, ela deveria ter por volta dos 3 anos e dormia, ele talvez o pai, andava apressado na frente com o rosto fechado, seguido de perto por sua mulher cheia de bolsas, ambos discutiam.

Nesse frame cortado do meu cotidiano lembrei da minha deliciosa infância e de como calculava a razão das coisas e indo mais a fundo recordei de como pensava sobre meus pais.

Ter desde a infância seu caráter moldado de forma que você veja seus primos de mesma idade como inimigos mortais sem contar o fato de ser pressionado para ter notas, trabalhos, atos e comportamento perfeitos todos os dias.

Ter piercings e tattos eu tenho, fiz muita merda e afins, mas obrigatoriamente precisei manter um nível de "genialidade de vitrine" imposta que não é do meu fetio, somente perante a família pois em casa eu continuava a ser algo menor.

São protocolos sociais que eu não estava disposta ou preparada a protagonizar e realmente não culpo meus pais por isso, eles também foram pressionados para gerarem proles perfeitas que tornassem a ser adultos de sucesso.

Só acho desleal depreciar uma criança em casa e exalta-la para os outros na rua...
Sinceramente não tou afim de pagar de cristo, nunca fui nem um milímetro santa.

Isso tornou a ser a forma como minha mãe lida com tudo em relação aos filhos.
Hoje tenho plena noção disso e conhecer os mecanismos dessa guerra antiga me ajudou a criar escudos.

Caso é que não quero descobrir esse gosto viciante que eles aprenderam a gostar em tragadas fundas, de expor filhos como fosse um show de horrores para impressionar.

Não julgo nem de longe minha vida perto de um nível miserável, ela é ótima, tenho acesso aos meus exageros e deleites, obrigações e diversões.
Entretanto certas coisas são pirografas na memória e jamais se desfazem; passem os meses, passem os anos e fico a me perguntar quantos erros meus valeriam um erro dos meus pais quando eu ainda os via como deuses.

Existem muitas formas de amar, porém demonstra-lo creio ser a parte mais difícil. Amor é algo opressor por si só, espero algum dia conseguir encontrar uma forma de apresenta-lo melhor e mais bonito fazendo com que os atos dele sejam menos doloridos.

A vida adulta nos chega somente para mostrar o quanto ainda somos crianças e cheios de razão e a gente queria tanto ser gente grande que só me resta esperar que talvez no futuro depois de hoje nos sobre, com alguma sorte, um pouco mais que o arrependimento por desejos infantis.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Eduardo Paes, o algoz da tradição carioca.


Quem mora no Rio, frequenta as praias, isso é fato.
Das patricinhas que pegam o sol da manhã no Leme com seus poodles, pinschers e york shires, passando pelos moradores dos morros cariocas que frequentam o arpoador até os gótigos, new hippies, indies, reaggers que formam rodinhas de violão nas faixas de areia à noite. Todo mundo vai a praia.

Frequentamos esses lugares, nosso pais o fizeram, nossos avós também. E eles podiam levar seus cães a Praia do Diabo, beber um copo geladíssimo de Mate com Limão, direto da lata enquanto comiam um biscoito Globo.

Desculpe-me os paulistanos, mas o Paes está agindo como um. Esta cidade não é propriedade privada para que ele faça as leis às suas vontades.
E falando em vontade, como fica a nossa?

Paes está se preocupando em esfolar trablhador pra agradar turista, ninguém perguntou aos ambulantes se eles queriam ficar em barracas (que a qualquer vento vão parar voando na Av. Atlântica como uma asa delta desgovernada), uniformizados, catalogados como gado, e nem perguntaram aos banhistas "de casa" se aceitariam a proibição do Coco, do Mate na Lata, do Biscoito Globo, do queijo...

Até hoje, e são 22 anos de praia, nunca vi ninguém morrer por ingerir algumas dessas coisas, eu mesmo sou 'usuária' do Mate da Lata (que é delicioso!). E fico a me perguntar porque nosso querido prefeito que parece ter sido "criado pela avó", soltando pipa no ventilador e jogando gude no carpete, não se preocupa com os traficantes que ameaçam a integridade física e moral da cidade e de seus frequentadores, com a mais nova onda do Crack, deixando menores de rua mais violentos, abandonados e sem rumo.

O Rio de Janeiro continua lindo, porém muito doente, e temos um prefeito fútil como uma barbie malibu querendo castrar nossas tradições e fazer carnaval-para-gringo, desviando nossa atenção de quão forte a patologia da violência nos atinge.

Paes, toma vergonha na cara e vá resolver os reais problemas desta cidade.

sábado, 21 de novembro de 2009

Dez coisas pra ter um dia sensacional.

Se você tem cães, aproveite,provavelmente viverão menos que você, então cada minuto ao seu lado é importante pra esse amigo incondicional.
Hoje aqui na cidade verão, resolvi dedicar meu dia as minhas cadelas, uma me acompanha secando minhas lágrimas e festejando cada gol do flamengo, notas altas e sucessos ha mais de dez anos, a outra, a caçula, como todo bom filho mais novo é, apronta todas, destrói coisas importantes e come coisas perigosas, me deixando de cabelo em pé, porém não menos fiel ou amada.
A praia do Diabo é uma faixa de areia curtíssima rodeada de pedras, onde surfistas e cães podem ser livres.
E foi pra lá que debandei nesse sábado super quente do verão carioca, carregando minhas duas filhotas. Só que existem algumas coisas que quem-tem-cachorro não se liga quando os leva a praia, por isso resolvi fazer a lista!

1. Água.
Seu cachorro adora brincar, é feliz pra caramba, corre que é uma beleza, mas diferente de nós, eles não transpiram pela pele, o maior regulador de temperatura deles é a boca. Arfam e babam que é uma maravilha.
Só que isso resseca, ainda mais perto do mar, o sal resseca, e precissam beber água, MUITA água. Tendo em conta que as praias do Hell de janeiro ficam lotadas no verão e os preços sobem um bocado pelo número absurdo de turistas(garrafinha de 450ml por 2,50 no mínimo), vale a pena levar uma bela garrada de 2L pra cada um de seus rebentos.

2. Guia/Coleira
Nem todo cão é um rin-tin-tin ou uma Lessie em obediência, então uma guia que não enferruje é uma boa pros momentos de tensão, quando aquele poodle da madame vier cheio de si pro seu Labrador de 45kg. Afinal não queremos estragar o permanente do cãozinho daquela distinta senhora-zona-sul e conseguir uma briga judicial desnecessária.

3. Pote
Afinal como diabos você vai dar água pra eles na areia sem um pote?

4. Toalha grande.
Uma pra cada cão, existem raças que tem o pêlo bem impermeável, secam rápido, mas aquele lulu da pomerânia vai virar uma esponja e molhar todo o banco do carro (com areia)

5. Sapatinhos.
Sim!!! Sapatinhos, já andou descalço no asfalto quente? Dói pra burro, e não é diferente com eles. uma hora você vai ter de sair com eles da praia.

6. Protetor solar

Se você tem aquele belo cão de pêlos claros, relusente e tudo mais, acredite, ele é tão suscetível a câncer de pele como aquele gringo ali do lado da sua barraca, que não passou protetor e tá parecendo uma lagosta assada. (isso também vale pros cães de pelos escuros e idosos)

7. Brinquedos.

Seu cão pode ser daqueles calminhos, mas os meus amam brinquedos e vivem numa terna infância. Se o seu é assim também, bolas que flutuam, cordas de cabo-de-guerra vale na praia também. afinal é pro dia ser inesquecível pra eles.

8. Saquinhos plásticos.

Seu cão olha aquele mundão de areia, cavar ali seria sensacional! mas ai depois de duas horas de corridas loucas, braçadas na água geladinha, bate o chamado da natureza! Não vá fazer feio, existem praias para cães, mas isso não quer dizer que tem de ser sujas ou parecidas com privadas. 4 saquinhos pra cada um é o suficiente.
E recolher o presente que seu amigo deixou na areia é civilidade e educação. ;)

9. Frutas.

Você pode dar uma gama de frutas pro seu amigo-fiel-irmão-camarada. Menos laranja e parentes dessa fruta.
são ácidas de mais. Opte por bananas e maçãs! eles adoram quando estão fresquinhas.

10. Boa vontade e paciência.

Existem pessoas que SABEM que aquela praia é povoada por cães e seus donos e vão mesmo assim, mesmo não gostando de cães. Pro seu dia não ficar um cocô na calçada vá com todo seu estoque de paciência anual.
Outra dica é ir CEDO, hoje mesmo passei 40min pra estacionar porque demorei uma hora a mais do previsto pra sair de casa.

Aproveite as dicas e seja feliz! :) Não esqueçam de limpar os bichos depois, eles precisam banho de água doce ^^
Se as vacinas e vermífugos estiverem em dia você está livre pra ser feliz com seu cão nesse verão.

domingo, 15 de novembro de 2009

Oito e meia Arpoador

Não importa mesmo o que estamos fazendo, não temos um deus ou dez, não sabemos como viemos parar aqui. E esse dia raro é a prova que posso tocar a superfície do céu
Quente, em brasa, o mar arrebenta aqui perto dos meus pés e não sinto medo, não sinto nada além. Só estou pisando no infinito, respirando brisa e música.
É bonito ver os nós dos seus dedos enquanto afina o violão, e a risada gostosa que transborda pelos cantos da boca, dos dentes, dos olhos.
Tudo em nós se acende e enverga, aquela tatuagem se mexe nas suas escápulas então
você liga as sardas das minhas costas salgadas, elas não são estrelas que começam a estampar esse céu, eu sei que nós brilhamos mais.
Levaremos isso para sempre, carregaremos essa presença em cada veia que nos une.
Então nada mais parece difícil, nada pode morrer quando o sol mergulha fazendo o mar virar fogo, absoluto.
A mão entrelaçando os dedos nos meus e assim por conseguinte, desenha quem somos
uma corrente como a dessa maré, divinos e insensíveis a tudo que não nos pode tocar.
Nós conseguimos, fazemos coisas iguais de mil maneiras mais.
Que nos mostra tão ímpares desse reflexo raso do qual não temos nada a ver.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Mais assunto pr'Os Karas.


Quando fiz nove anos, ganhei de um parente a coleção de livros d'Os Karas, de Pedro Bandeira.
Miguel,Calú,Magrí,Chumbinho e Crânio me fizeram viver aventuras maravilhosas em São Paulo (uma cidade que até então eu não conhecia) no fictício colégio Elite.
O grupo que ,por brincadeira, resolvem bancar os detetives, se metendo em encrencas maiores que qualquer criança poderia lidar. Mas nos anos 80 a união fazia a força.

Ontem ,limpando minha estante de livros na biblioteca de casa, avistei a coleção já meio puída no topo da das prateleiras. Foi por pura saudade daquela época sem muitas responsabilidades que deixei a arrumação de lado e me pus a ler mais uma vez a primeira aventura: A Droga da Obediência.

Fora todo o mistério e a ficção, esse livro me fez lembrar de uma matéria da Super Interessante que fala sobre drogas com efeitos relativamente parecido.
Não, não tem nada de controle mental por um cientista maluco, a coisa é um pouco diferente, mas exerce controle sobre certos aspectos, sim.
Essas bombas cerebrais aumentam capacidade de raciocínio e concentração, chamadas de pílulas da inteligência, foram originalmente feitas para atratamento de doenças e distúrbios como o Alzheimer,Depressão e DDA (que eu tenho).

O Modafinil, Ritalina, Prozac e a Fluoxetina estão cada vez mais nas mãos de estudantes e pré-vestibulandos, amenizando efeitos de horas de estudo initerruptos ou turbianando o raciocínio e concentração destes. Contudo sem controle, como geralmente acontece, acho que a coisa toda pode ser bem perigosa.

Insônia, depressão, delírio e fotofobia são alguns efeitos colaterais a serem enfrentados, e postos em pautas se você resolver tomar algum destes medicamentos, fora o vício psicológico pois são geralmente "Tarjas Pretas".

Contudo ninguém parece estar realmente se importando, desde que a produtividade seja alta e os resultados cada vez melhores, estará tudo bem.

Particularmente, existiram e existem ocasiões que certamente usaria alguns desses "aditivos". Mas até onde vai o dopping cerebral?

Essa moda certamente daria um ótimo livro d'Os Karas, assustadoramente sem tanta ficção.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Só pra quem gosta.


O Nerdit é uma boa fonte de tralhas nerds, como já diz o nome, faz um bom compilado de filmes, games e zona teórica que rende uma leitura bem interessante.
Com toda essa onda de "Nerd is cool" esse site mantém uma linha legal e fácil acesso a bastante coisa divertida sem perder a originalidade devido ao modismo crescente.
Particularmente me amarrei na Nerdtirinha, e no compilado sobre games, opiniões a parte, vale a pena visitar esse site.